SERRA DA CAPIVARA E SETE CIDADES: ARTE RUPESTRE BRASILEIRA - PIAUÍ - ISSO É BRASIL!!!
SERRA DA
CAPIVARA – IMERSÃO NO PASSADO SUL-AMERICANONOVEMBRO/2019
Em 2019 combinei com a Ana Maria e a
Lourdes uma visita ao Piauí, especificamente a Serra da Capivara e Sete
Cidades. Embarcamos em Guarulhos/SP dia 14 de novembro às 22h50 no vôo GOL
31582 e chegamos em Teresina/PI cerca de 2 h da madrugada do dia 15. Alugamos
um carro na Movida no aeroporto e seguimos dirigindo, eu e Ana,
pelos 530 km (que se transformaram em 700 km pois nosso GPS deu pane e pegamos
um caminho errado, o que nos fez pedir informação num posto policial e retornar
por aquelas estradas infinitas...). A Lourdes não se atentou à distância quando
fechou o passeio com a gente e disse enquanto esperávamos a retirada do carro:
“Tomara que esse hotel seja pertinho daqui pra eu poder dormir...” e quando a
Ana respondeu: “Sim, é pertinho... Só 600 km...” ela arregalou os olhos, levou
um susto! Rsrsrs... Tadinha, ainda disse: “Eu nem vi isso. Só vim. Confiei no
roteiro da Aninha (eu)...” Bem, ao menos
a deixamos descansar durante as centenas de quilômetros percorridos. Lembro que
chegamos ao hotel em São Raimundo Nonato – Real Hotel Piauí (Rua Largo Manoel
Agostinho de Castro, 22, centro) por volta do meio dia.
Nos acomodamos no nosso quarto e
perguntamos por um guia na recepção do hotel. O recepcionista nos indicou a
Luzimar, então combinamos com ela dois dias de passeio. A Lourdes preferiu
dormir durante a tarde, então, eu e a Ana visitamos o Museu do Homem Americano
(Rua João Ferreira dos Santos, São Raimundo Nonato)
A Fundação Museu do Homem Americano
(FUMDHAM) foi criada pelos pesquisadores de uma cooperação científica entre
França e Brasil que trabalham na região desde 1973. No museu ficam expostos os
resultados das pesquisas realizadas durante 39 anos de trabalhos realizados no
Parque Nacional Serra da Capivara, incluindo material arqueológico,
paleontológico, zoológico e botânico. A história do homem desde 100.000 anos é
retratada nas exposições. É uma imersão na pré-história, na vida do ser humano
que viveu nas Américas e na cultura deixada por ele. A arqueóloga brasileira Niède
Guidon, diretora emérita do Museu, é uma defensora do Parque Nacional. Ela também
defende a hipótese de que o povoamento do continente americano ocorreu muito
antes dos 15.000 anos defendidos pela comunidade científica. Niède encontrou
artefatos que datam de até 90.000 anos e indícios de que as pessoas usavam
tecnologias em seu trabalho. Ela já enfrentou coronéis e se tornou defensora do
parque e de sua hipótese. Um exemplo de amor à arqueologia e ao sertão do
Piauí.
No dia seguinte, saímos bem cedo com nossa
guia Lu para visitarmos o Circuito do Desfiladeiro da Capivara, no Parque
Nacional Serra da Capivara. Esse circuito tem diversos sítios arqueológicos,
sendo que um deles, o da Toca do Papagaio, foi o primeiro mostrado à
pesquisadora Niède, em 1970, na sua primeira visita ao local. Visitamos essa,
além da Toca da Entrada do Pajaú, a Toca do Inferno e o Baixão da Vaca, com
figuras em movimento. O sol estava muito forte. Minha água estava quase no fim,
mas a guia Lu nos convidou para percorrermos a Trilha dos Veadinhos Azuis,
então, antes que eu pudesse dizer sim ou não, minha amiga Ana Maria já se
adiantou, aceitando. Eu senti que minha água ía acabar, mas nenhuma trilha é
sem fim... Seguimos pelo estreito boqueirão, passamos pelo alto da Chapada da
Capivara, contemplando uma vista divina, sob um sol de rachar a cuca. As
pinturas azuis são muito interessantes, e nossa guia contava animada as
histórias e teorias sobre elas; ela parecia nem sentir o calorão, estava acostumada.
Lindezas da Capivara! No retorno da trilha - que parecia não ter fim – a Ana
começou a passar mal, sua água acabou e eu não tinha nem como dividir, pois a
minha tinha acabado também, ela precisou sentar numa rara sombra e beber a água
da guia para se recuperar e chegar até o carro. Eu também não estava muito
forte, mas aguentei.
O Parque Nacional Serra da Capivara foi
criado em 1979 (como eu... Rsrsrs...) e ocupa áreas dos municípios de Brejo do
Piauí, Coronel José Dias, João Costa e São Raimundo Nonato. Ele fica a 530 km
de Teresina. Esse local guarda uma riqueza reveladora do passado pré-histórico
do homem americano e muitas belezas naturais. O parque possui a maior
concentração de sítios arqueológicos do mundo: mil e duzentos. São sítios com
pinturas rupestres que testemunharam as tradições culturais das civilizações
antigas, datadas de 12.000 a 6.000 anos atrás. O local entrou na lista de
Patrimônio Mundial Cultural da UNESCO em 1991 e de Patrimônio Cultural
Brasileiro pelo IPHAN em 1993. Há 204 sítios arqueológicos preparados para a
visitação, sendo que os principais têm estrutura com passarelas para proteger
visitantes e pinturas.
Por volta do meio dia, para fugirmos do
sol, visitamos o recém inaugurado Museu da Natureza. Esse museu situa o
território em que vivemos no meio de toda a história do universo, sendo um
genuíno museu de história natural. O prédio é um edifício circular e em espiral
com estrutura metálica dividido em 12 salas que mostram a evolução das mudanças
geológicas e paleontológicas do planeta. O museu é didático e interativo e
oferece experiências lúdicas aos visitantes. A ideia de construí-lo partiu de
Niède Guidon. E ele se baseia em cerca de 50 anos de estudos na região. Gostei
da experiência!!!
Ao final da tarde, visitamos o Baixão das
Andorinhas, um grande desfiladeiro com importantes pinturas rupestres nas
rochas, mas que conta com um verdadeiro espetáculo da natureza no final do dia:
o retorno das andorinhas para seus abrigos numa caverna, chamada Caldeirão das
Andorinhas. Lindo!!! Elas fazem um ballet no ar, surgem do infinito do alto do
céu, de repente são centenas, ficam sobrevoando o local, aguardando outras,
para a um sinal de seu líder, descerem para sua casa em grupos. Belíssimo
presente para o visitante!
No dia seguinte, saímos bem cedo para
visitarmos o Boqueirão da Pedra Furada, e pegamos uma forte e refrescante
chuva. Só tivemos tempo para fotografar a Pedra Furada e percorrer a trilha da
Toca do Sítio do Meio, com o abrigo mais importante da arqueologia mundial,
onde foram encontrados fragmentos de cerâmica, datados de mais de 8.000 anos –
a mais antiga cerâmica das Américas, além de uma machadinha de pedra polida,
considerada o mais antigo testemunho do polimento da pedra nas Américas, com
9.200 anos. Avistamos o Museu da Natureza do alto de uma das grandes rochas e
toda a paisagem árida da Serra da Capivara ao redor da Pedra Furada.
Após nossa visita a esse museu à céu
aberto, nos despedimos de nossa guia – fã de mocós - e seguimos pra Teresina,
dessa vez, sem pane no GPS, por favor. Rsrsrs... E seguimos pelas centenas de
quilômetros no meio do sertão. Por conta das distâncias, nosso gasto maior
nessa viagem foi com combustível. Na estrada pegamos muito congestionamento,
por isso só chegamos em Teresina muito tarde da noite. Nos hospedamos no Velit
Hotel (Rua Onze, 1050, Recanto das Palmeiras).
Finalizamos nosso roteiro piauiense
visitando o Parque Nacional de Sete Cidades, distante cerca de 200 km de
Teresina. Saímos bem cedo e eu dirigi na ida e volta. Ao chegarmos na portaria,
compramos nossos ingressos e contratamos um guia para nos acompanhar.
O Parque Nacional de Sete Cidades foi
criado em 1961 e se localiza na região norte do Piauí, entre os municípios de
Brasileira e Piracuruca. Ele é cercado pela Área de Proteção Ambiental da Serra
da Ibiapaba, criada em 1996. Esse parque protege suas importantes formações
geológicas e conserva os recursos hídricos da região, assim como algumas
pinturas rupestres e inscrições pré-históricas. O nome Sete Cidades se deve às
formações rochosas chamadas cidades e divididas em sete grupos; são formações
belíssimas e bem características da região. Como nas outras regiões que
visitamos, o calor era intenso com “um sol pra cada um”, como disse minha amiga
Ana. Rsrsrs...
Segundo os geólogos, as rochas areníticas
do parque constituem o que se denomina, geomorfologicamente, de relevo
ruiniforme, com alturas entre 3 e 20 metros. Sua origem é marinha e as
formações que vemos hoje são resultado da erosão natural que causou a
desintegração das rochas, formando aberturas que se comunicam como cavernas ou
furos ovais e redondos, chamados funis. O arenito é muito frágil e essa
desintegração hoje em dia é muito rápida, por isso a necessidade de se garantir
um turismo sustentável no local. (Geraldo Rohde)
Em nosso último dia de passeio, caminhamos
pelo centro de Teresina, visitamos o Centro de Artesanato, almoçamos e tomamos
café, mesmo no calorão do lugar. Teresina é um dos lugares mais quentes que conheci.
É a única capital dos estados do nordeste que não se localiza no litoral.
INVESTIMENTO:
PACOTE
COM: VÔOS SÃO PAULO/TERESINA/SÃO PAULO + 3 DIÁRIAS E HOTEL EM SÃO RAIMUNDO
NONATO COM CAFÉ DA MANHÃ + 2 DIÁRIAS EM HOTEL EM TERESINA COM CAFÉ DA MANHÃ + ALUGUEL
DE CARRO NA MOVIDA + SEGURO VIAGEM = R$ 1.950,00
INGRESSOS:
MUSEU DA NATUREZA = R$ 30,00 + MUSEU DO HOMEM AMERICANO = R$ 20,00
ROTEIRO RESUMIDO:
- DIA 1: EMBARQUE NO AEROPORTO DE GUARULHOS/SP
- DIA 2: CHEGADA EM TERESINA; PERCURSO EM CARRO ATÉ SÃO RAIMUNDO NONATO; CHECK-IN NO HOTEL; VISITA AO MUSEU DO HOMEM AMERICANO
- DIA 3: VISITA AO PARQUE NACIONAL SERRA DA CAPIVARA - CIRCUITO DO DESFILADEIRO DA CAPIVARA E CALDEIRÃO DAS ANDORINHAS; VISITA AO MUSEU DA NATUREZA
- DIA 4: VISITA AO PARQUE NACIONAL SERRA DA CAPIVARA: CIRCUITO BOQUEIRÃO DA PEDRA FURADA E SÍTIO DO MEIO; RETORNO PARA TERESINA EM CARRO; CHECK-IN NO HOTEL
- DIA 5: VISITA AO PARQUE NACIONAL DE SETE CIDADES
- DIA 6: PASSEIO PELO CENTRO DE TERESINA; VISITA AO CENTRO DE ARTESANATO
- DIA 7: CHECK-OUT NO HOTEL; EMBARQUE NO AEROPORTO DE TERESINA PARA GUARULHOS/SP
40 anos
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