ILHA DO MARAJÓ E BELÉM - PORTA DE ENTRADA DA AMAZÔNIA BRASILEIRA - ISSO É BRASIL!


DESCOBRINDO ALGUMAS BELEZAS DO PARÁ

JANEIRO/2014




     Há um bom tempo queria visitar a Ilha do Marajó, no Pará. Então, combinei com duas amigas para irmos em janeiro de 2014. Muitas pessoas me diziam: “Mas, Aninha, o que você vai fazer nesse lugar??? O que tem no Marajó?” Veremos... Compramos um pacote de cinco dias e embarcamos no Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos dia 19 de janeiro às 10h55 no voo TAM. O vôo até Belém foi bem demorado e me fez pensar como nosso Brasil é grande... Chegamos no Aeroporto Internacional de Belém ‘Júlio Cezar Ribeiro/Val-de-Cans’ às 13h30 e nosso traslado nos levou à nossa hospedagem em Belém: Hotel Regente, na Av. Gov. José Malcher, 485, Centro.


HOTEL REGENTE BELÉM

     Respondendo parte das perguntas que me fizeram sobre Belém: a cidade, como todo o Norte do Brasil, é muito peculiar, fruto de uma miscigenação cultural e racial (influência portuguesa, indígena e africana) que se faz presente no artesanato, no folclore, na gastronomia e arquitetura.
     Logo em seguida, seguimos para o nosso City Tour incluído. Visitamos o ‘Parque Zoobotânico e Museu Paraense Emílio Goeldi’, adorei as vitórias-régias e as flores diversas do local. O local foi inaugurado em 1895 e é o mais antigo do Brasil no seu gênero; abriga uma quantidade significativa da flora e fauna amazônicas.


PARQUE E MUSEU EMÍLIO GOELDI










    Visitamos a ‘Basílica/Santuário Nossa Senhora de Nazaré’, onde acontece no segundo domingo de outubro, uma das maiores procissões religiosas católicas do mundo: o Círio de Nazaré. Observamos a ‘Catedral Metropolitana da Sé’, caminhamos pela ‘Baía do Guajaró’ e tomamos café no Pólo Joalheiro, onde fica a Casa do Artesão e o Museu de Gemas do Pará, onde vivi pura emoção: deixei minha câmera zoom 20X com nossa guia, enquanto fui buscar água num bar próximo e a “pessoa” esqueceu minha câmera lá pendurada na cadeira, bem... Eu também esqueci... Foi uma correria, porque eu só dei falta da câmera no hotel à noite... Telefonei pra nossa guia, telefonei pro pólo joalheiro e corri com a Edna ao local. Que susto... Meu receio não era tanto pela perda material, mas sim pelas lembranças que já estavam na memória da câmera... Mas o vigia do Pólo guardou pra mim, me salvou e eu fui busca-la... Uma loucura... Depois que conseguimos, pedimos ao taxista para nos esperar na Basílica de Nossa Senhora de Nazaré para que eu pudesse agradecê-la pela recuperação de minha câmera... Uma correria! Depois eu e a Edna tomamos um cafezinho no bar do hotel para comemorarmos! Ufa!!! Sempre relato essa história quando alguém me diz que no Brasil tudo é ruim, que todas as pessoas são desonestas... Enfim, aquela fala de alguns brasileiros desvalorizando nosso país.


BASÍLICA NOSSA SENHORA DE NAZARÉ





CATEDRAL METROPOLITANA DA SÉ

FORTE DO PRESÉPIO



PÓLO JOALHEIRO



     Em 20 de janeiro, madrugamos (e reivindicamos um café da manhã simples no hotel), para, às 5h30 pegarmos o barco no Terminal Rodofluvial (fomos na sala VIP com ar condicionado, pois a diferença de valores entre cabines é pequena) e atravessamos o “rio-mar” por cerca de três horas até a Ilha do Marajó. O caminho até a ilha já é lindo!






     A Ilha do Marajó é o maior arquipélago de ilhas fluviomarítimas do mundo, localizado no famoso delta amazônico.
     Desembarcamos debaixo de chuva... Nosso guia gente boa, o Esequias,  nos informou que a chuva é diária e que os passeios sairiam com ou sem ela... Ufa de novo!!! Na ilha, nos hospedamos na Pousada dos Guarás (Praia Grande de Salvaterra, s/n, Salvaterra).



     A Ilha do Marajó é muito interessante! Visitamos as ruínas jesuítas de Joanes e passeamos pelo centro de Salvaterra, passando pelo Centro Artesanal e Comercial do local. 









     Também fizemos um passeio de barco pelos rios de Salvaterra, nos manguezais dos rios Pará e Guará, com uma paisagem muito bacana! Lembro bem que a maioria do nosso grupo nessa excursão (estávamos em uma van) era um tanto hostil, não queriam nem tirar fotos, reclamavam da chuva, parece que não sabiam como seria o roteiro... O guia era super gente boa e nos ofereceu uma apostila sobre o Marajó, confeccionada por ele, e que a maioria do grupo ignorou... Claro que eu trouxe uma cópia, é interessante valorizar a produção intelectual local. Acho estranho que algumas pessoas gastem dinheiro para visitar um local (tão genuíno quanto esse) e não se abram para a aprendizagem, as trocas, as amizades... Para fazer turismo é necessário estar aberto à nova cultura que se conhece e respeitá-la, claro. Afinal, ninguém é obrigado a estar ali... Como eu e as meninas gostamos de fotos e curtimos todos os tipos de passeios, sem preconceitos, o guia se alegrou ao nos fotografar e dar informações sobre sua terra, demonstramos interesse por sua cultura, ele também foi muito gentil conosco.



SIRLENE, EU E EDNA

CUIDADO COM OS CABELOS COMPRIDOS!!!







     Atravessamos em uma balsa gigante (que levava até enormes caminhões) até Soure, onde visitamos a Praia do Pesqueiro, percorremos uma trilha suspensa em um mangue “mais seco” que os de Salvaterra. Visitamos um ateliê familiar e pudemos ver a produção da cerâmica Marajoara (comprei um par de copos), o artesão fez um pequeno vaso com enorme rapidez e segurança. Também visitamos um curtume com explicações sobre a diversidade de búfalos criados na ilha e conhecemos o Centro de Artesanato de Soure.















GUARÁS




CURTUME




     A cerâmica é o maior legado cultural da civilização marajoara e é considerada a mais refinada das Américas. Os indígenas fabricavam vasos, potes, urnas funerárias, brinquedos, instrumentos musicais, geralmente usavam figuras zoomórficas, com imagens de animais. E colocavam substâncias para aumentar a resistência dos objetos, como cinzas de casca de árvore e de ossos, pó de pedras e de conchas e o cauixi – esponja que recobre as raízes de árvores permanentemente submersas.





     À noite assistimos na pousada um ‘Show de Carimbó e Lundu’, com muito folclore, xote e dramatização do Grupo ‘Encantos do Marajó’.




     Na pousada, também montei em um búfalo, só pra me aproximar do bicho... Fiquei com dó dele, que tinha uma espécie de anel furando seu focinho... Animal enorme e muito dócil! (pelo menos aquele era...).
     Os búfalos foram introduzidos no Brasil em 1890 diretamente na Ilha do Marajó. Hoje a ilha possui o maior rebanho bubalino do Brasil e esse animais são muito importantes para a economia na produção de carne e leite, além de contribuírem com sua força de trabalho.



     Caminhamos pela praia fluvial da pousada, no Rio Pará e relaxamos muito na piscina. Experimentamos a carne de búfalo e o queijo de búfala, alimentos nutritivos e muito saborosos.



     Dia 22 pegamos o transfer até o porto de Salvaterra e pegamos a embarcação para Belém. Na capital voltamos ao Hotel Regente Belém e aproveitamos a noite abafada da Amazônia para caminharmos pelo centro histórico, tomarmos o tacacá e dar uma passadinha na Basílica Nossa Senhora de Nazaré.
     O tacacá é um legado dos índios Aruaques, que faziam uma sopa com amido e caldo de mandioca e peixe, que mais tarde foi incrementada com ingredientes da culinária africana e portuguesa, como o jambu e a chicória.

TACACÁ

     Também fizemos compras no Mercado Ver-o-Peso, onde pudemos observar o preparo do tucupi e alguns peixes paraenses expostos. Belém também é muito interessante!


MERCADO VER-O-PESO





JAMBU


TUCUPI

     Retornamos para São Paulo dia 23 de janeiro às 14h35 no voo TAM. Gostei do Pará. Vivi experiências interessantes! E respondi às perguntas que meus amigos me fizeram antes de minha viagem: O Pará tem muita história, muita cultura, comida de verdade, música boa, natureza deslumbrante, gente boa e trabalhadora, só para resumir.

- Passeio realizado em Janeiro de 2014
- Pacote Belém e Marajó = 2000 reais incluindo vôo São Paulo/Belém e Belém/São Paulo + 2 diárias em hotel em Belém com café da manhã + transfer aeroporto/hotel/aeroporto + transfer hotel/porto/hotel + porto/pousada/porto + barco Belém/Marajó/Belém + passeios no Marajó + 2 diárias em pousada na Ilha do Marajó com café da manhã

- Roteiro resumido no artigo:




     Nosso país, tão maiúsculo, esconde maravilhas de norte a sul! 
     Visite o Norte Brasileiro! 
   A Ilha do Marajó também é um paraíso e porta de entrada da Amazônia brasileira!



Comentários

  1. Que lindo, parabéns pela postagem, revivi o passeio. Obrigada.

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  2. Meninas foi emocionante ter vivido está aventura com vocês... Mais uma vez os momentos que estivemos em Marajó, fez me recordar das aulas de geografia do ensino Fundamental, onde reproduzíamos o mapa do Brasil no papel vegetal, e me lembro da Ilha de Marajó e nos livros as fotos dos búfalos. Nunca imaginava que estaria contemplando a bela natureza, a cultura local,a vegetação, a hidrografia... tão longe e ao mesmo tão perto de mim. 🤔. Graças ao nosso criador e as Aventureiras foi possível está vivência... Tão única.

    Sou muito grata 🙏🙏🙏👏👏👏😘😘😘😍🥰

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    1. Eu também sou muito grata à vocês, meninas. Por me acompanharem em minhas loucuras e também nessa época que não estava sendo fácil pra mim. Com amigos, a vida fica mais leve!!!

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