JALAPÃO + SISTEMA BRUTO = BELEZA ESPETACULAR/TOCANTINS - ISSO É BRASIL!!!
SAFÁRI NO JALAPÃO COM KORUBO - 7 DIAS 6 NOITES
MINHA EXPERIÊNCIA NO JALAPÃO COM A KORUBO
Entre os dias 30 de outubro e 05 de
novembro de 2015 pude vivenciar momentos bastante peculiares na natureza em seu
estado bruto no Safári Camp Korubo, na época uma das únicas opções para se
visitar as maravilhas do Jalapão, no coração do Tocantins. Minha amiga Edna se
aventurou comigo, fechamos o passeio com a agência Venturas e seguimos para
Palmas no vôo Gol-1684, de Guarulhos/SP às 10h50 do dia 30 de outubro, com
escala em Brasília. Chegamos na capital tocantinense no mesmo dia às 16h.
Pernoitamos no Hotel Girassol Plaza (Rua NSA, conj. 2, lote 4, 101 Norte) e
aproveitamos para visitar o complexo que abrigava a primeira edição dos Jogos
Mundiais dos Povos Indígenas, me senti honrada pela oportunidade. Esse evento
internacional multiesportivo reuniu atletas de povos indígenas de diversos
países e contou com modalidades como futebol, atletismo e lutas, além de outras
bem peculiares, como: arco e flecha, arremesso de lança, cabo de guerra e
corrida de tora.
Assistimos um pouco de uma partida de
futebol, que contava com o apoio do mascote Kallyhute, representando uma
criança indígena guerreira – bem bonitinho. Achei esse evento bem diferente, e
claro que foi importante dar uma olhadinha, já que ele movimentava a cidade
tranquila entre os dias 23 de outubro e 01 de novembro.
JOGOS MUNDIAIS DOS POVOS INDÍGENAS
No dia seguinte, após um café da manhã
muito bom, seguimos por volta das 8h15, com a equipe Korubo em um veículo
robusto por 180 km asfaltados até Ponte Alta do Tocantins. Lá almoçamos uma
galinha caipira maravilhosa e trocamos de carro, agora seguimos no caminhão 4X4
adaptado para levar cerca de 25 pessoas pelos balanços das estradas de terra
que levam ao paraíso.
Visitamos o Cânion da Suçuapara, um oásis
refrescante. Descemos uns 400 m por uma trilha íngreme, caminhamos dentro das
águas e sobre as pedras do cânion para termos uma visão linda do seu interior.
Os paredões de mais de dez metros de altura se escondem na vegetação e
refrescam nossa alma.
Em seguida, de volta ao nosso “veículo
bruto”, passamos pelas nascentes do Rio Vermelho e margeamos parte da Estação
Ecológica da Serra Geral do Tocantins até chegarmos ao alto da Serra da
Muriçoca. Lá no alto o guia nos disse que tomaríamos um cafezinho. Eu, que
adoro um café, me animei e imaginei que iríamos parar num boteco no alto do
morro... Procurei, procurei e não havia nada no alto da serra... Claro, quando
paramos, os guias montaram uma mesa com café, lanches e suco no meio do nada e
nos entregaram uma caneca com o símbolo Korubo para usarmos ao longo do
passeio. Adorei a experiência!!! Do alto da serra, observamos a imensidão do
Jalapão, com a Serra da Jalapinha, a Serra do Espírito Santo (que subiríamos
depois...) e ao longe, a Serra Geral da Bahia.
CAFEZINHO DA TARDE NO ALTO DA SERRA
Depois de 120 km de estrada de terra,
chegamos ao Safari Camp da Korubo, às margens do Rio Novo, já à noite. Tomamos
um suco de boas-vindas, nos acomodamos nas nossas barracas e jantamos. Até que
achei esse camping bem confortável, dividi a barraca com a Edna, tínhamos um
mini banheiro atrás da barraca, com vaso sanitário e pia, duas camas simples
(de montar) e um ponto de luz bem fraco no teto da barraca (que era alta,
suficiente pra ficarmos em pé lá dentro); só o banho era em um vestiário
coletivo, com água fria (que na verdade ficava até morna por conta do calor).
Além disso, Raimundo era o responsável pela cozinha e fazia refeições
deliciosas. Então, não precisava me preocupar com nada, apenas me conectar com
a natureza! Maravilha!!! Comecei a achar esse Jalapão muito chique! Rsrsrs...
SAFÁRI CAMP KORUBO
No dia seguinte, fizemos canoagem no Rio
Novo, uma belezinha! Claro que cai da canoa numa das corredeiras, me molhei, o
guia me salvou. Eu adorei me molhar, foi tranquilo, pois estava com colete; só
não cai mais vezes pra não perturbar o guia... Descemos cerca de uma hora no
rio de água potável com fundo de areia branca e águas cristalinas. Ao longo do
percurso observei algumas prainhas limpas e desertas. Almoçamos, descansamos no
redário do camping e à tarde seguimos no “nosso” caminhão por 18 km até o
início da trilha das dunas.
Durante nossa caminhada até o alto das
famosas dunas do Jalapão, caiu uma chuvarada fortíssima, o céu ficou todo
escuro e não conseguimos tirar as tão sonhadas fotos no alto, eu até perdi
minha câmera, que ficou ensopada mesmo sob capa de chuva. Nosso grupo riu
bastante do ocorrido e nossos guias camaradas ficaram de nos levar de novo sob
o sol. Até criamos um grupo no Facebook chamado ‘Chuva de Mangas no Jalapão’,
em homenagem a essa tempestade. Surpresas que a natureza nos oferece. Jantamos
no camping mais uma refeição excelente. O grupo da expedição era bem tranquilo,
de boa.
CHUVA DE MANGAS NO JALAPÃO
No dia quatro, seguimos por 75 km de
estrada de terra atravessando o Vale do Rio Preto, entre as Serras do Meio e do
Espírito Santo; de um lado o Parque Estadual do Jalapão e do outro a Serra
Geral, espetáculos do cerrado brasileiro. Mergulhamos no Fervedouro do Soninho
– ou Fervedouro “da Korubo”, pois só eles levam nele. E nadamos nas águas do
Rio Sono, um dos afluentes do Rio Tocantins.
FERVEDOURO DO SONINHO
De lá, partimos para o Fervedouro do
Ceiça-Glorinha, pequeno com capacidade para seis pessoas por vez, com permanência
de 15 minutos. Os fervedouros são nascentes de águas cristalinas e com fundo de
areia branca. Devido à pressão da água que brota da areia, é impossível afundar
e temos uma sensação de flutuação com cócegas nos pés. Lindíssimos!!! Encantos
do Jalapão! Que sejam preservados!!!
FERVEDOURO CEIÇA
Após o almoço, seguimos por 15 km até a
Cachoeira do Formiga, uma queda de água que forma uma piscina natural de águas
cristalinas e de cor verde esmeralda, profunda, mas se vê a areia do fundo,
tamanha transparência... Incrível! Inesquecível!!! Me apaixonei totalmente pelo
Jalapão!!!
CACHOEIRA DO FORMIGA
Ao final da tarde, seguimos por 25 km até
Mateiros, onde visitamos algumas casas que vendiam artesanato de capim dourado,
típico da região; essa espécie de sempre-viva Eriocaulaceae (Syngonanthus
nitens), nasce em campos úmidos perto das veredas no cerrado e tem cor que
lembra ouro. Fica em Mateiros o vilarejo de Mumbuca que quando era uma
comunidade quilombola, aprendeu com os índios Xerente a produção de artesanatos
com o capim. O capim dourado só pode ser colhido durante dois meses do ano para
ser preservado; algumas regulamentações do Tocantins proíbem a saída da planta da
região in natura, permite apenas a saída de peças produzidas no local. Adoro os
brincos, pulseiras e colares de capim dourado, tenho uma pequena coleção
resultado de algumas visitas que fiz ao Centro-Oeste; procuro comprar nas
comunidades e de pequenos artesãos para ajudar a movimentar a economia local.
MATEIROS
No nosso dia 5, subimos a trilha do
Mirante da Serra do Espírito Santo, cerca de 800 metros de subida (que parecem
8 km), mais 3 km de trilha plana até o mirante, de onde avistamos mais um
espetáculo: toda a paisagem do Jalapão, as dunas lá embaixo e aquele céu azul
que eu nunca mais me esquecerei!!! O sol castigou nesse dia mas as paisagens
compensaram o sofrimento!
SERRA DO ESPÍRITO SANTO
Depois da descida da serra, seguimos até o
início da trilha para as dunas, agora sob o forte sol do Tocantins, pudemos
observar a paisagem maravilhosa, o oásis no deserto! Impressionante!!!
DUNAS SOB O SOL
No nosso último dia, deixamos o camping após o café da manhã e seguimos por 70 km até a Cachoeira da Velha, a maior do Parque Estadual do Jalapão, com fortes quedas em forma de ferradura, vistas de uma plataforma de madeira. São cem metros de largura e quinze metros de queda. Um espetáculo! Tomamos banho e relaxamos na prainha da Cachoeira, porque na Cachoeira mesmo é impossível nadar, a força da água é grande...
CACHOEIRA DA VELHA
O JALAPÃO
O Parque Estadual do Jalapão foi criado em
janeiro de 2001, sua vegetação predominante é de cerrado ralo e campo limpo com
veredas. A região é árida com pontos de oásis. O nome Jalapão originou-se de
uma planta muito encontrada na região, chamada Jalapa – Operculina macrocarpa,
conhecida com batata de purga. Segundo a tradição popular ela é usada há muito
tempo como remédio natural para prisão de ventre, vermes, depurativo do sangue
e má digestão.
Com muita propriedade, posso afirmar que o
Jalapão é um dos lugares mais bonitos do nosso Brasil!!!😎
INVESTIMENTO:
PACOTE TERRESTRE COMPLETO NO JALAPÃO COM KORUBO (TRANSFER + ALIMENTAÇÃO + PASSEIOS + HOSPEDAGEM NO CAMPING COM TODAS AS REFEIÇÕES + POUSADA E HOTEL EM PALMAS COM CAFÉ DA MANHÃ + GUIAS + SEGURO) = R$ 2.680,00
VÔO SÃO PAULO/PALMAS/SÃO PAULO (COM ESCALA NA IDA E NA VOLTA EM BRASÍLIA) = R$ 456,00
Ai, quantas belezas...
ResponderExcluirNossa como é prazeroso reviver em nossas memórias,momentos de superação, contemplação da natureza, troca de experiências, respeito, companheirismo, ...
ResponderExcluirEm cada viagem que realizo descubro como é maravilhoso e mundo que Deus no deu, e o carinho, respeito e amor das aventureiras.
Gratidão, gratidão, gratidão.
Também sou muito grata, Edna!!!
ExcluirE aquela subida da Serra do Espírito Santo, hein. Você se superou mesmo!!!
ExcluirEsse é um dos lugares mais belos do Brasil!
ResponderExcluirMuito legal sua apresentação, pude sentir algumas sensações. Parabéns!
ResponderExcluirE o roteiro só ficou completo depois que fui novamente, agora com vocês. Completando os fervedouros. Mas ainda tem muitas coisas bonitas no Jalapão.
ExcluirLugar incrível. Só gratidão por ter tido a oportunidade de conhecer.
ResponderExcluir36 anos
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