ALEMANHA - HISTÓRIA DENSA E MARCAS PROFUNDAS EM UM POVO

 

FRANKFURT, ERFURT, BERLIM E DRESDEN – CIDADES MARCANTES DA ALEMANHA
Julho/2017



     Em 01 de julho, fizemos nosso check-out no hotel se Amsterdam, nosso transfer (que chegou bem antes do horário) nos levou até o aeroporto. Para despachar nossas malas, precisamos pagar 30 euros (não havíamos reservado do Brasil); enquanto aguardamos o vôo, tomamos um cafezinho no aeroporto. Às 9h55 embarcamos no vôo Lufthansa 987 e chegamos ao ‘Frankfurt International Airport’ às 11h30. Pegamos nosso transfer até o Novotel Frankfurt City (Lise-Meitner – Strasse 2), deixamos nossas malas e saímos para visitar alguns pontos da cidade. Escolhemos o ônibus turístico Hop On - Hop Off, por 12 euros, para darmos uma volta pela bela Frankfurt. Caminhamos pelos arredores da estação Hauptbahnhof e pegamos um pouco de chuva também. Tomamos um lanche simples na região e retornamos para o hotel.

EMBARQUE EM AMSTERDAM



VÔO AMSTERDAM - FRANKFURT















BANDEIRA ALEMÃ




     Frankfurt é uma cidade localizada à beira do rio Meno na região central da Alemanha. É um grande centro financeiro e abriga o Banco Central Europeu. O famoso escritor Goethe nasceu em Frankfurt e sua casa virou um museu. A maior parte desta cidade foi destruída durante a Segunda Guerra Mundial e depois foi reconstruída (e muito bem, por sinal, a cidade é linda). Aliás, as pessoas da Alemanha se recordam com muito pesar deste triste momento histórico – um marco sombrio na história nacional.

     No dia 02, embarcamos na excursão da ‘Special Tours’ que percorre Alemanha, República Tcheca, Hungria e Áustria. Sobre essas três bandeiras, farei um artigo pra cada uma. A excursão incluía uma guia falando em espanhol. Anotei algumas coisinhas em alemão: por favor (bitte), obrigado (vielen dank) e boa tarde (guten tag).






     Visitamos a cidade de Erfurt, capital do Estado da Turíngia, uma cidade independente com estatuto de distrito, no centro da Alemanha. Caminhamos pelo centro da cidade medieval, encontramos até um bar temático totalmente medieval, tinha até armaduras. Uma beleza! Observamos um dos principais atrativos do local, a ponte dos comerciantes ‘Krämerbrücke’, que atravessa o rio Gera e foi construída em 1468. Ao longo do rio há edifícios e lojas sobre ele e casas onde ainda vivem pessoas. Outro ponto muito conhecido é o Mosteiro de Santo Agostinho, onde Martinho Lutero, líder da Reforma Protestante, viveu por 6 anos.


ERFURT




































     Aproveitamos para visitar a Catedral de Erfurt e Severikirche (Igreja de São Severino de Ravenna), na Domplatz. Tomamos um lanche em uma das simpáticas cafeterias da cidade para aproveitar nosso tempo livre. Eu e Edna provamos o sanduíche de ‘Thüringer Rostbratwurst’ – uma salsicha alemã original de Erfurt, feita de carne de porco picada e várias especiarias como cominho e manjerona, é grelhada com gordura e servida com acompanhamentos, nós comemos com pão alemão e mostarda. Uma delícia! Essa salsicha é protegida pelas leis da União Europeia desde 2004, que tem critérios para que a salsicha receba esse nome, como por exemplo ter entre 15 e 20 cm, serem enchidas num intestino natural, crua ou fervida e com a quantidade adequada de condimentos.













     Seguimos para Berlim, onde nos hospedamos no Hotel Park Inn Berlin Alexander-Platz (Alexander Platz, 7), muito bem localizado.




     Berlim é a capital da Alemanha e já foi sucessivamente capital do Reino da Prússia, do Império Alemão, da República de Veimar e do Terceiro Reich. Após a Segunda Guerra Mundial, a cidade foi dividida em Berlim Oriental e Berlim Ocidental cercada pelo famoso muro, que foi derrubado com a reunificação alemã em 1990.

     Fizemos um passeio bem interessante: ‘Berlim Iluminada’, um city tour com trechos panorâmicos e caminhadas pela cidade à noite. Visitamos um memorial em homenagem aos judeus mortos durante o nazismo na Hackescher Markt, hoje em dia o local é um centro cultural e tem placas no chão com os nomes das pessoas que moravam ali no bairro, as datas de nascimento e a localização do campo de concentração onde foram mortas. Os alemães têm profundo respeito pelas vítimas do holocausto e se envergonham dessa fase sombria de sua história; fazem questão de manter essas memórias para que elas nunca mais se repitam.












     Caminhamos pelo Reichstag, a casa do parlamento alemão. O prédio fica muito charmoso à noite. Ele foi incendiado logo após a nomeação de Hitler como chanceler da Alemanha, a situação foi atribuída aos comunistas que tiveram seus dirigentes presos. Uma série de ações autoritárias levaram Hitler ao poder absoluto e a pior fase da história alemã. Após a reunificação da Alemanha o prédio foi reconstituído. Ao lado do Reichstag, passamos por um monumento em homenagem aos inimigos políticos que foram perseguidos pelos nazistas, são placas de metal distribuídas ao longo do espaço.





     Caminhamos pelos Portão de Brandenburgo, hoje considerado um símbolo da conturbada história da Europa e da Alemanha e da unidade e paz europeia. O monumento, de 26 metros de altura, possui doze colunas, seis de cada lado dos cinco vãos centrais por onde passam cinco ruas. Sobre o arco está a quadriga – deusa grega da paz Irene, em uma biga puxada por quatro cavalos. O portão foi encomendado pelo rei Frederico Guilherme II da Prússia como um símbolo de guerra e levou três anos pra ser construído. Ele sofreu muitos danos durante a Segunda Guerra e foi restaurado entre os anos 2000 e 2002.






     Visitamos o Memorial aos Judeus Mortos da Europa ou Memorial do Holocausto, projetado pelo arquiteto Peter Eisenman, tem 19000 m² cobertos com 2711 blocos de concreto parecendo um campo ondulado de pedras. Esses blocos têm 2,38 m X 0,95 m em alturas que variam de 0,2 m até 4,8 m. Einsenman explicou que a intenção é produzir intranquilidade, um clima de confusão e expressar a perda da razão humana durante esse momento histórico. Algo construído para que a humanidade não se esqueça e não repita.



     Terminamos o tour em um centro de eventos ao lado de alguns pedaços conservados do muro de Berlim, essa barreira física construída pela Alemanha Oriental durante a Guerra Fria que cercava toda a Berlim Ocidental. O muro simbolizava a divisão do mundo em duas partes:  a República Federal da Alemanha constituído pelos países capitalistas liderados pelos EUA, e a República Democrática Alemã, constituído pelos países socialistas liderados pelo regime soviético. Em 1961 quando foi erguido, era formado por 66,5 km de gradeamento, 302 torres de observação, 127 redes metálicas eletrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para cães de guarda. Era patrulhado por militares da Alemanha Oriental Socialista com ordens de atirar para matar os que tentassem escapar. Milhares de famílias foram separadas com esse muro de mais de 140 km de comprimento. Em 1962 ele ganhou uma segunda cerca paralela/muro interno, construída a 100 m na parte oriental, coberta de areia e cascalho e que ficou conhecida como “faixa da morte” onde os guardas tinham total permissão para atirar nos “invasores”. Em 1965 o muro começou a ser construído com concreto e em 1980 já era uma muralha sofisticada, com cano liso no topo para dificultar a escalada, trincheiras anti-veículo, arame farpado, cães, mais de 116 torres de vigia e 20 bunkers (abrigos subterrâneos) com muitos guardas. Esse muro durou 28 anos e causou a morte de muita gente...









     Em um city tour diurno, visitamos a ‘East Side Gallery’, inaugurada em 1990, é uma galeria de arte ao ar livre com mais de 1 km de extensão, que utiliza as partes do muro de Berlim preservadas da demolição. Ela fica às margens do rio Spree e tem cerca de 105 pinturas de artistas de todo o mundo, incluindo grafites muito interessantes, com forte apelo e crítica social. Felizmente os alemães não querem que essa história se repita.










     Caminhamos pelo Checkpoint Charlie, que foi um posto militar entre a Alemanha Ocidental e a Oriental, junto com outros dois pontos: o Checkpoint Alpha, em Helmstedt e o Checkpoint Bravo, em Wannsee; cada nome indicando uma letra do alfabeto. Mas haviam muitos outros postos militares em Berlim. O Checkpoint Charlie foi projetado para passagem de estrangeiros e membros das Forças Aliadas na Alemanha Ocidental para a Oriental, como uma fronteira (dentro de um único país...) que se tornou um símbolo da Guerra Fria. Hoje o local é uma das atrações turísticas de Berlim, tem uma cabine simbólica com a imagem de um soldado americano de um lado e a de um soviético do outro. No local também há muitas lojas de souvenirs com pedaços do muro pra os turistas levarem de recordação. Não me interessei em trazer um pedaço desse símbolo de opressão e morte. 















     O muro de Berlim foi derrubado em 1990, abrindo caminho para a reunificação alemã. Muita gente ajudou a derrubar essa obra de grandes gastos para o povo e representação da violência e privação de liberdade. Ainda permanece marcado no chão o percurso que o muro fazia quando erguido. Lembranças de um passado que não deve se repetir.

     Caminhamos pela Ilha dos Museus, sempre respeitando os limites de nossa amiga. A ilha está localizada no rio Spree. No passado ela abrigava o Berliner Stadtschloss, um palácio real que foi a principal residência dos reis da Prússia, bombardeado durante a guerra e demolido pelo governo comunista da República Democrática Alemã que o considerava uma recordação inaceitável do passado imperial. Hoje na ilha, se localizam cinco museus importantes para a Alemanha.

































     Visitamos a Igreja de Santa Maria ‘Marienkirche’, a mais antiga de Berlim. Caminhamos pela Praça Alexandre, tomamos um cafezinho no ‘Einstein Kaffee’, porque eu fiquei aguada pra experimentar e entrar naquela cafeteria, desde que vi uma das filiais em frente ao Checkpoint Charlie.









     Berlim tem uma história de lutas de poder, eixo de guerras que deixaram marcas em seu povo. Uma história muito densa. Tentei contar um pouquinho do que vivi e aprendi neste local de memórias tão peculiares, diferentes de todos os lugares que já estive.

     Também aproveitamos para visitar um campo de concentração e passear por Postdam. Escreverei um artigo específico para cada um desses lugares, já que este artigo ficou muito denso e intenso. Melhor irmos por partes...

     Ao final de nossa visita à Alemanha, a excursão da Special Tours passou por Dresden a 194 km de Berlim. Fizemos uma rápida visita a essa cidade que é a capital do estado as Saxônia, localizada nas margens do rio Elba e tem estatuto de distrito, pois é independente. Essa cidade também foi bombardeada pelos EUA durante a Segunda Guerra e aos poucos reconstruída. Penso no alto preço que os alemães têm pagado por essas guerras, tanto em valores econômicos quanto em perdas de vidas.   

   Caminhamos entre os prédios históricos, passando pelo castelo Residenzschloss com seus paredões laterais que formam o maior mural de cerâmica do mundo, que retrata cenas da realeza dos séculos XII ao XX.

























     Também observamos algumas ruínas da Dresden original que foi bombardeada, intencionalmente preservadas para que os horrores da guerra nãos e repitam. Em toda a cidade não há quase nada original, praticamente tudo foi destruído durante a guerra e depois reconstruído.









     Tomamos um chá com doces típicos e compramos alguns chocolates ‘Lindt’, que estavam com um bom preço; caminhamos pela bela Dresden e nos despedimos da Alemanha em direção à República Tcheca. 












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