SALVADOR/BA - CAPITAL CULTURAL BRASILEIRA - ISSO É BRASIL!
VISITANDO SALVADOR – CAPITAL DA BAHIA E CENTRO DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA
Viajamos com a GOL,
saindo do Aeroporto Internacional de
São Paulo/Guarulhos, às 17 horas do dia 07 de janeiro, aproveitando a
promoção das passagens e pousamos em Salvador (1956 km), no Aeroporto Internacional de Salvador -
Deputado Luís E. Magalhães - eu, Ilma, Ana Maria e Edna.
Nos hospedamos no “Albergue das Laranjeiras” (Rua da
Ordem Terceira, 13, Pelourinho), bem no meio do Pelourinho, uma loucura aquilo
a noite... era tanto barulho que passei três noites sem dormir (acho que a
batucada por todo lado me “chamava” pra gandaia, mas eu queria aproveitar os
dias de Salvador). Tudo bem que ficamos só nós quatro no quarto “R”, que era no
sótão, muito quente, sem ar suficiente, com ventilador barulhento e banheiro
fora. Loucura!!! O hostel foi indicação de uma colega de trabalho, a energia do
local era boa, com muito agito e alegria dia e noite. O café da manhã era muito
bom e a equipe de trabalho, muito simpática e disposta. O albergue foi montado
num dos casarões históricos, por isso tem muitas escadas e o nosso quarto era
no último andar. Nosso quarto era bem espaçoso, observei outros quartos com
“tetra-camas”, quatro andares de cama com uma escadinha estreita do lado, só de
me imaginar dormindo na última me dava desespero... Rsrsrs... O albergue tinha
um quadro de avisos na recepção com a programação e dicas do dia, o que é muito
bom pra quem não tem muito tempo de permanência no local! Outra coisa ótima:
tinha bebedouro com água geladinha à vontade. Isso pode parecer besteira, mas
no calorão de Salvador é como um bálsamo!
ALBERGUE DAS LARANJEIRAS
DA ESQ. ILMA, ANA MARIA, EDNA E EU |
Salvador se divide
entre cidade alta (a área mais antiga, rica em atrativos culturais e
históricos, o Pelourinho; onde nos hospedamos...) e cidade baixa (com as
praias, o comércio e grande parte dos hotéis). A ligação entre as duas partes é
feita pelo Elevador Lacerda e por algumas ladeiras muito inclinadas. Salvador
mistura tudo: passado e presente, cores, sabores, culturas, religiões e etnias
(com raízes negras, indígenas e portuguesas). Há manifestações legítimas que
misturam catolicismo e candomblé, como missas acompanhadas de atabaques. É
muito bom ver o respeito por diferentes crenças, e com naturalidade, nessa
cidade.
ZUMBI |
Percorremos as
ladeiras do Pelourinho, considerado
Patrimônio Mundial pela UNESCO, por seus casarões dos séculos XVII e XVIII
restaurados. O chamado carinhosamente “Pelô” é um verdadeiro museu à céu
aberto. Provei um autêntico acarajé frito no azeite de dendê do local, delicioso
bolinho de feijão-fradinho, recheado com vatapá, camarão seco e vinagrete.
Originalmente, o acarajé era uma oferenda à orixá Yansã no candomblé. Provei
diversas tapiocas já que estava na Bahia.
Visitamos a “Praia de Itapuã”, com seus coqueiros
e seu farol. Segundo Vinícius de Moraes:
“É bom passar uma tarde em Itapuã, ao sol que arde em Itapuã,
ouvindo o mar de Itapuã, falar de amor em Itapuã...”
Ah, e o mar de Itapuã é realmente muito bom, Vinícius sabia bem
aproveitar essa vida...
Tomamos banho na “Lagoa do Abaeté”, no “Parque Metropolitano
do Abaeté”, as dunas de areia branca semi-fixas são muito vistosas, mas
um dos monitores mirins nos informou que ocorriam assaltos nas partes mais
distantes...
À noite assistimos o
espetáculo ao ar livre no Terreiro de Jesus: “Terreiro d’Yesu – Um espetáculo de som e luz”; que utilizava os
prédios antigos do Terreiro de Jesus para projetar cenas históricas, achei
muito bem pensado!
Contratamos um táxi
para nos levar até a MATA DE SÃO JOÃO -
Praia do Forte para
conhecermos a base principal do “Projeto TAMAR” e, de “brinde”, o “Instituto
Baleia Jubarte”, próximo ao TAMAR (a
Megaptera novaeangliae – Baleia
Jubarte, vem acasalar, procriar e cuidar dos filhotes na costa brasileira, pra
nossa honra...). Eu estava sem dormir desde que chegamos, S. Edvaldo, o
condutor, estava mega animado, colocando no percurso sambinhas e axés no último
volume e me dizia: “Você está em Salvador, filha. Aqui não é lugar pra
dormir...” E ria alto e feliz. Eu estava quase alucinando por não pregar o
olho e pensava: “Ai, meu Deus... O que eu não faço por uma tartaruga???”
Kkkkk...
A base do TAMAR
estava tranquila, com algumas tartarugas verdes, de pente e cabeçudas, além de
vários filhotinhos num tanque, tão agitados... Logo em frente, estava a praia,
com alguns locais demarcados com posturas. O projeto faz um trabalho de
educação ambiental com os pescadores para prepara-los para ajudarem na
fiscalização dos pontos de desova, não capturar os animais e ajudá-los caso
sejam pescados por acidente. O cuidado com as tartarugas é apenas um chamariz
para a preservação do meio ambiente e de um desenvolvimento sustentável das
populações nativas.
As cinco espécies de
tartarugas marinhas que desovam no Brasil:
- Dermochelys coriácea – Tartaruga gigante ou de couro
- Chelonia mydas – Tartaruga verde, a minha preferida...
- Lepidochelys olivácea – Tartaruga oliva
- Caretta caretta – Tartaruga cabeçuda
- Eretmochelys imbricata – Tartaruga de pente
Ai, as tartarugas...
Me fizeram até esquecer a insônia...
Utilizamos o “Elevador Lacerda”, de 1872, marco da
cidade, com 72 metros de altura para comprarmos lembranças no “Mercado Modelo”, com muito artesanato
baiano a um bom preço.
No Terminal Marítimo
de São Joaquim, pegamos um barco para Mar Grande na ILHA DE ITAPARICA – a maior ilha da Baía de Todos os Santos, onde passamos
o dia na “Praia Ponta de Areia”, limpa
e calma. Ao voltarmos pra Salvador, fomos presenteadas com um pôr-do-sol
maravilhoso.
Assistimos o “Balé Folclórico da Bahia”, no “Teatro
Miguel Santana”, no meio do “Pelô”. O grupo representa o nosso país,
através da música, dança e interpretação.
Visitamos o “Convento de São Francisco”, com
altares cobertos por cerca de 1000 kg de ouro, segundo a lenda. Foi fundada em
1587 e é uma obra monumental do Barroco, que foi destruída pelos holandeses e
reerguida no século XVIII. Ao lado está a “Igreja da Ordem Terceira de São Francisco”, de 1702, com raros
painéis de azulejos portugueses.
Visitamos a “Fundação Casa de Cultura de Jorge Amado”, onde conheci melhor a obra de Jorge, que me encantou desde Ilhéus. Segundo Jorge: “Essa é a minha cidade e em todas as muitas cidades que andei, eu a revi num detalhe de beleza. Nenhuma assim, tão densa e oleosa. Nenhuma assim, para viver. Nela quero morrer, quando chegar o dia. Para sentir a brisa que vem do mar, ouvir à noite os atabaques e as canções dos marinheiros. A cidade da Bahia, plantada sobre a montanha, penetrada no mar.” (Que lindo, meu amado Jorge!)
Caminhamos pelo “Largo do Pelourinho”, visitamos a “Igreja
Nossa Senhora do Rosário dos Pretos”, que celebra missas com cânticos afro e
sons de atabaque. Subimos a “Escadaria dos Passos” (onde foram gravadas
cenas do filme “O pagador de promessas”) e observamos a “Igreja do Santíssimo Sacramento do Passo” (bem destruída pelo tempo).
Visitamos o “Largo do Carmo”, observamos a “Igreja da Ordem Terceira do Carmo”
e o “Convento do Carmo”, que foi transformado em hotel.
Ah... Salvador é pura
inspiração, não é à toa que os compositores criam belas canções sobre essa
cidade, cito agora um trecho da canção de Fredson e Tonho Copque:
“Deixei
minha linda
na Praia de Itapuã, esperando o sol se abrir pra dourar teu corpo nu
São Salvador, eu quero te abraçar de
novo.
Eu quero te sentir nesse fogo queimando
dentro do coração...
E na Bahia tudo é motivo de alegria,
é carnaval, é festa todo dia,
espere um pouco, eu tô chegando já...
Eu quero ver ia...ia... Netinho e Gil
cantarolando na Avenida
Atrás do trio a galera se identifica,
espere um pouco,
eu tô chegando já...
E eu vou lá... Vou lá...Vou lá... Vou
lá... E eu vou lá...”
Passamos cinco dias
em Salvador, deixamos nossas malas grandes num quartinho do Albergue e seguimos
para Lençóis, coração da Chapada Diamantina. Este roteiro está descrito no
artigo:
E, dia 17, voltamos para
Salvador (mais 414 km) e para o Albergue animadíssimo.
Visitamos o “Farol da Barra”, que se localiza no “Forte
de Santo Antônio” e fica na praia de mesmo nome; o farol abriga o “Museu
Náutico da Bahia” (investimos alguns reais numa visita monitorada bem
interessante).
Acompanhei com a Ana,
os ensaios do Olodum, que saem
do Largo do Pelourinho – praticamente do lado do nosso albergue - e percorrem
várias ladeiras, é um sobe e vira esquina, e o pessoal batendo tambores sem
parar, as meninas dançando afro também... E nós seguimos atrás! É um som muito
alto que ecoa por toda parte, a gente sente dentro do peito a vibração. É bem
legal. Gostei!
Também assistimos um show dos Filhos de Gandhy, no Largo Pedro Archanjo. Achei o
som diferente: “Sou filho de Gandhy...” com a galera dançando sem parar.
Também gostei.
Visitamos a “Igreja do Senhor do Bonfim”, que
estava cheia de fitinhas devido a festa do Bonfim na semana anterior,
aproveitamos para amarrar uma fitinha e fazer um pedido também, não custa
contribuir com a sorte. Também acompanhamos um pedacinho da missa superlotada.
As fitinhas amarradas dão um colorido ao local, bem interessante!
Visitamos o “Forte de Monte Serrat (São Felipe)”, com
cerca de 160 anos e fiel à planta original, com uma bela vista da Baía de Todos
os Santos.
Caminhamos pelo “Dique do Tororó”, com as esculturas dos orixás sobre o lago, chafariz, pedalinhos e plataforma de pesca.
Finalizamos o roteiro
assistindo a peça teatral – grátis - “Milagre
na Baía”, no Teatro XVIII, junto com duas colegas de meu antigo trabalho
no estado; foi uma surpresa encontrá-las por lá, hospedadas no “nosso” albergue.
Adorei! Nos encontramos nas escadarias do albergue...
Só tivemos um pequeno
probleminha com o albergue: na saída. Ao sairmos pra Chapada, deixamos tudo
pago, mas a recepcionista não deu baixa no sistema e nós não pegamos nem um
comprovante... Então parecia que não tínhamos pago a conta... Após um tempo,
conseguiram resolver a situação e pudemos ir embora tranquilas...
Agora, gosto ainda
mais da Bahia! Voltamos para São Paulo, no Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos com a GOL,
satisfeitas com os resultados de nossas aventuras nas férias. Tudo deu certo!
Salvador nos lembra
carnaval, alegria, festa, agitação, cultura popular pululando em toda parte. E
é assim mesmo... Por isso relembro mais uma canção pra Salvador, de Alaim
Tavares: Terra Festeira:
“Ê... Cidade que canta; Ê... Povo que
dança...
Faz festa pro mar... Pro mar
Ê... Cidade da Bahia, cidade da
poesia, quero te cantar
Eita terra festeira de gente bonita;
Que dá nó em pingo d'água, que agita,
que agita
O além veio lhe avisar que aqui há de
encontrar.
Quero lhe parabenizar, cidade eu hei
de amar você...
Gereré, Gereré... Xerém, Xerém...
Gereré, Gereré... Xerém, Xerém... Gereré, Gereré... Xerém, Xerém... Gereré,
Gereré... Xerém, Xerém...”
BALANÇO DESTE INVESTIMENTO:
VÔOS SÃO PAULO/SALVADOR/SÃO PAULO = 498 REAIS
HOSPEDAGEM= 210 REAIS
PASSEIOS = CERCA DE 100 REAIS
TRANSFERS = CERCA DE 100 REAIS
PASSEIO REALIZADO EM JANEIRO DE 2009
Roteiro detalhado da Chapada Diamantina no artigo:
https://www.blogger.com/blog/post/edit/66204183077415469/4738448714877920295
Roteiro resumido no artigo:
https://www.blogger.com/blog/post/edit/66204183077415469/6823532397101068536
Eu voltei feliz por viajar com vocês. E agradecida a Ana Maria ter me apresentado Ana Luiza e Liminha... Sou grata a Deus por esta viagem que foi o início de outras que vieram nos anos seguintes.
ResponderExcluirFoi muito especial essa nossa primeira viagem.
ExcluirIlminha
ResponderExcluirAdorei, inclusive o táxi que nos levou todas a trás com um botijão de gás no banco da frente,com o nível hard de emoção, um vendaval (nada de vento) no rosto e preces a Deus para chegarmos vivas na rodoviária rumo a Lençóis.
ResponderExcluirPs: sem uma emoção repentina não vale.
Verdade, Ana! Não coloquei esse "pequeno" detalhe no relato... Kkkkk... Foi muito tenso!
ExcluirSalvador não tem preconceito! Lá se misturam diferentes culturas e religiões.
ResponderExcluirUM POUQUINHO DA ÁFRICA NO NOSSO BRASIL
ResponderExcluir29 anos
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