ENTRANDO NA GARGANTA DA CAVERNA DO DIABO - ELDORADO - SÃO PAULO - ISSO É BRASIL!!!
GARGANTA DO DIABOJULHO/2021
A Caverna do
Diabo é muito especial pra mim, lá fiz meu TCC da faculdade, sempre fui muito
bem recebida, retornei pra algumas trilhas e sempre estou de olho nas notícias
da região.
Quando soube
de um novo trecho liberado para o turismo na caverna, claro que fiquei curiosa
para visitar. O novo trecho liberado se chama Garganta do Diabo e leva o turista
a uma experiência mais íntima com o local, indo além das passarelas e escadas
que facilitam a visita a caverna. Nesse roteiro é obrigatório se molhar ao
menos até o pescoço.
Combinei com
a Sirlene e a Edna, minhas amigas aventureiras que também estavam curiosas e
fechamos um passeio de um dia com a agência ‘Pegue sua Mochila’. Pagamos R$
99,00 por esse passeio em uma promoção para o dia 31 de julho. Esse valor na
verdade incluía o transporte e o guia acompanhante, pois era necessário pagar
R$ 60,00 na entrada da caverna para o passeio. O ponto de encontro era no
Centro Cultural Vergueiro às 6h da manhã.
Ao chegar o
grande dia, observamos que o ônibus para o passeio estava lotado; achei curioso
encontrar tantos corajosos, pois estava fazendo muito frio na semana de nossa
aventura. Mas na verdade a guia nos disse logo que entramos que apenas cinco
pessoas iriam fazer a Garganta... E nos chamou de corajosas. Eu afirmei que estávamos
mais pra doidas por entrarmos naquela caverna fria num dia igualmente gelado.
Mas em nenhum momento pensei em desistir, afinal estava ali pra isso: pra
chegar na Garganta do Diabo. Ao longo do caminho pra Eldorado (longe... cerca
de cinco horas) a guia nos informou que só nós três confirmamos a entrada na Garganta.
Mas, tudo bem... Quem sabe até lá estaria um pouco menos “frozen”???
A Caverna do
Diabo (Rodovia SP-165, Km 111, s/n André Lopes, Eldorado, SP) também chamada
Gruta da Tapagem, é uma das maiores de São Paulo. Tem mais de 6 km de extensão
mas apenas cerca de 600 metros abertos à visitação com total acessibilidade. É
uma das cavernas mais lindas que eu conheci!
Ao chegarmos
no destino, o frio parecia maior, mas meu objetivo estava firme, pra isso levei
roupas e calçado para troca, agasalhos e chocolates pra evitar um possível resfriado.
Iniciamos a visita com um passeio monitorado pelas galerias tradicionais,
subindo suas escadas e contemplando as maravilhas subterrâneas iluminadas
artificialmente. Embora eu tenha visitado o local algumas vezes, sempre que
entro nessa caverna me encanto, sempre tem algum detalhe que observo, um outro
olhar, uma nova descoberta! Eis as maravilhas das cavernas! Elas viciam a
gente!
Após a
visita, partimos pra aventura real! As duas colegas que haviam desistido resolveram
ir também. Haviam outros grupos entrando nas galerias da caverna para fazerem o
roteiro novo, mas eram poucas pessoas. E seguimos pra Garganta, logo de cara
nos molhamos até o joelho, subindo em rochas, descendo entre as águas geladas
do Ribeirão das Ostras, rio que atravessa a Caverna do Diabo.
O caminho é
bem desafiador, com trechos profundos onde precisamos segurar nas cordas pra
não ficarmos submersas e o que dificultou mais nesse dia foi com certeza o frio
cortante, pois quanto mais entrávamos nas profundezas, maior ele ficava. Quase
nos trechos finais, senti meu queixo bater de tanto frio quando entrei numa
água corrente muito gelada. Depois comecei a tremer. Também estava com muita
fome. Não levei um lanche pois ele ficaria todo molhado.
A essa altura
do passeio, eu já estava com o corpo todo gelado, somente minha cabeça estava
seca. Para nossa alegria e salvação, nosso guia retirou da sua mochila uma
garrafa térmica cheia de café quentinho pra compartilhar conosco. Que maravilha!!!
Ele também tinha bolachas salgadas e dividiu com a gente. Que menino
abençoado!!! Agradeci muito e aceitei, claro, aquele lanche salvador! Um
cafezinho bem diferente, no escuro e no frio! Adorei!
Depois do
nosso lanche, seguimos pros trechos finais, desafiadores, com mais frio e
rochas escorregadias e chegamos a tão sonhada Garganta do Diabo, uma cachoeira
linda e forte bem nas entranhas da caverna. Não resisti e molhei a única parte
seca de meu corpo, a minha cabeça. Só não fiquei mais tempo naquelas águas pois
estava muito frio!!!
Após um
tempo de contemplação, retornamos pra saída, pelo caminho gelado todo de volta.
Meu tênis ‘Timberland’ foi se desafazendo no percurso, recolhi as solas (que já
haviam sido restauradas e coladas no sapateiro) e o deixei na lixeira do
banheiro, pois percebi que ele não tinha mais jeito, já tinha me acompanhado em
muitas aventuras, era hora de descansar...
A troca de
roupas e o uso de agasalhos foi fundamental para não ficarmos doentes. Além
disso, almoçamos uma refeição reforçada no Restaurante ‘Kaverna’. Poderíamos
tomar um banho nos vestiários do parque, mas preferimos não atrasar o grupo,
que ficou nos esperando retornar da Garganta no ônibus; a maioria só fez o
passeio tradicional na caverna e ficou curtindo as trilhas do entorno ou o Centro
de Visitantes. A agência poderia rever esse passeio para que as pessoas que não
fizerem a Garganta não fiquem esperando tanto tempo.
Retornamos
pra São Paulo com a sensação de missão cumprida, felizes com nossa coragem ou loucura.
E não ficamos doentes!
42 anos
ResponderExcluirMuita loucura, mas como sempre vale a pena. Obrigada
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