MEU PRIMEIRO SALTO DE PARAQUEDAS - BOITUVA/SP - ISSO É BRASIL!
MEU PRIMEIRO SALTO DE PARAQUEDAS
SETEMBRO/2021
Sempre quis
saber como seria saltar de paraquedas... Sabe... Sentir a emoção... A
adrenalina... Imaginei que não haveria outra sensação de liberdade e medo comparável
a essa... Curiosidade... Como seria a queda livre? Mas adiei esse sonho pois os
valores eram muito altos... E o tempo voa... Cheguei aos 42 anos e não
saltei... Então resolvi colocar esse plano em prática no início de 2021, pós
pandemia, e realizar de uma vez esse sonho como um presente de aniversário pra
mim. Combinei com o Alan e compramos um passeio com a agência ‘Michelle Eventos
e Turismo’, que oferecia um combo com transporte, salto duplo e churrasco com
piscina por R$ 599,00. A agência facilita o pagamento em várias parcelas e o
ponto de encontro da saída é no Terminal Diadema. Nosso salto foi marcado
inicialmente para o dia 28 de março, mas foi adiado por conta da segunda onda
da pandemia da Covid-19. O passeio foi remarcado para o dia 19 de setembro e,
como a data parecia distante, até me esqueci. Mas à medida que a data foi se
aproximando, confesso que passei a pensar se era mesmo necessário passar por
isso na minha vida, se realmente eu queria saltar... O medo foi chegando juntamente
com a data. Imaginava a situação de me jogar de um avião em movimento... Que
loucura... Na noite anterior ao passeio, quase não dormi: primeiro porque o
encontro foi às 4h30 da manhã e segundo por conta do medaço que tomou conta de mim.
Meu medo maior era sentir aquele frio na barriga da montanha-russa, quando
nossos órgãos saem do lugar... Se sentisse isso por um minuto acabaria
vomitando no ar... Rsrsrs... E, claro, o medo do paraquedas não abrir.
Ao chegarmos na São Paulo Paraquedismo (Rua Domingos Waldemar Belluci, 210) em Boituva, interior de São Paulo, nos pesamos, preenchemos e assinamos vários termos de responsabilidade, afinal estávamos nos expondo a um enorme risco de vida. Confesso que fui ao banheiro várias vezes antes de colocar o macacão. Estava nervosa, com as mãos geladas e falando sem parar. Alan estava tranquilo e pagou uma pequena taxa extra por ter pouco mais de 100 quilos. Fechei um pacote Vip de fotos e filmagens com cameraman e handcam por R$ 409,99. Caro, mas achei melhor registrar o momento já que eu é que não ia querer saltar de novo nesta vida.
Meu
instrutor se apresentou (mas eu não lembro seu nome, estava bem tensa...),
ajustou meu macacão e me acalmou passando todas as instruções do momento do
salto, como o posicionamento do corpo e regras de segurança. Tiramos algumas
fotos com o grupo do avião, que estava animado e também apavorado... E seguimos
em uma caminhonete para o local de decolagem do avião. Um aviãozinho pequeno e
barulhento nos esperava. Embarcamos e rapidamente decolamos; eu, logo perguntei
pro instrutor quando ele me conectaria no equipamento, bem preocupada de saltar
sem ele... Rsrsrs... O instrutor percebeu que eu estava com medo e foi
excelente comigo, me orientando e explicando como e quando saltaríamos; me
disse, com muita tranquilidade que nosso salto seria a uma altura aproximada de
12 mil pés e que por volta de 9 mil pés seria acionada uma sirene e luzes
começariam a piscar para conectarmos nossos equipamentos e nos prepararmos para
o salto; ele me mostrou o altímetro que estava em seu braço e me passou muita
segurança. Ele ainda brincou dizendo: “Ah menina, hoje não é nosso dia de
morrer, não.” À medida que o avião foi subindo, que eu vi as coisas da terra
ficando cada vez menores, me acalmei. O desespero passou e eu só queria me jogar.
Quando o instrutor me conectou ao equipamento, quase o puxei pra saltarmos
logo.
Enfim,
chegou a hora! Estava na porta do avião aberto e agora era só me jogar. E me
joguei!!! O cameraman saltou na frente já tirando fotos. Ao saltarmos, demos
uma leve virada no ar e logo nos posicionamos em forma de camarão invertido,
com a barriga pra baixo. De repente, vejo o rapaz me filmando; do nada ele
sumia e aparecia. Quanta experiência desses meninos!
Em queda
livre o vento é fortíssimo; fixei um sorriso no rosto pra não ficar desfigurada
e aproveitei aqueles 50 minutos de loucura. O frio é cortante e paralisante,
nem dá pra gritar direito. Pra respirar é difícil pois o vento dá altos tapas
na nossa cara. Uma emoção sem igual! Muito rápido, assim como nossa vida! Quando
você pensa que não vai mais aguentar aquele frio ou que já está pensando em se
acostumar, de repente sente um tranco, uma puxada pra cima: é o paraquedas se
abrindo. Ah... Não... Acabou a queda??? Já??? Quero mais!!! Claro que ainda se
corre risco, mesmo com o paraquedas aberto, pois só se tem a garantia de
sobrevivência quando seu corpo estiver totalmente em terra firme. Mas com o
paraquedas aberto, só resta planar e contemplar a paisagem até o pouso.
Nosso pouso
até que foi tranquilo. Meu corpo ainda estava sob efeito da adrenalina, não
consegui levantar as pernas o suficiente e ao pousarmos, cai meio de mal jeito,
com as pernas abertas e o joelho direito meio torto... E o instrutor caiu em
cima de mim. Mas foi emocionante! Eu queria saltar de novo!!!
Adorei essa experiência e entendi claramente a mensagem do banheiro da São Paulo Paraquedismo:
“Somente os paraquedistas sabem porque os pássaros cantam.”
Aguardamos os outros integrantes do grupo
saltarem tomando um cafezinho por ali mesmo. Havia bastante gente saltando
nesse dia. Após todos os saltos, seguimos para o 'Clube Gahu' para relaxarmos na
piscina e aproveitarmos o churrasco. Achei bem legal o esquema da agência:
aproveitar o dia do salto e o percurso para confraternizar. Muito bom!!!
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